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domingo, 13 de setembro de 2009

Charitas: “coração da cultura” volta a bater em Cabo Frio


Por Viviane Teixeira

Foi reaberto na última quinta-feira, dia 10 de setembro, o Charitas – Casa de Cultura José de Dome, em Cabo Frio. Mais importante centro cultural da cidade, batizado de “coração da Cultura”, a casa secular foi devolvida aos cabofrienses renovada e com justas homenagens a quatro grandes expoentes da arte: o poeta e escritor Victorino Carriço, o fotógrafo e arquivista Wolney Teixeira, o pintor francês que escolheu Cabo Frio para viver, Jean Guilhaume e o pintor José de Dome, que dá nome à casa de cultura.

A noite foi de emoção. À meia luz, os convidados eram recebidos e convocados a conhecer a história de cada um dos expoentes da cultura de Cabo Frio. Presentes ao evento estiveram o prefeito Marquinho Mendes, a vice-prefeita Delma Jardim, o secretário municipal de Turismo e Cultura, Gustavo Beranger, a subsecretária de Turismo e Cultura, Elza Maria Bernardo, o coordenador de Cultura, Guilherme Guaral, o presidente da Câmara Municipal, vereador Alfredo Gonçalves, entre outros vereadores e secretários municipais.

A cerimônia de reabertura começou com a execução do hino de Cabo Frio ao som do sax e do piano dos músicos Gabriel Leite e Cleiton Guimarães. Abrindo a fala das autoridades, o coordenador Guilherme Guaral deu as boas-vindas a todos e explicou a importância da Casa de Cultura.

– Este é o espaço especial para os nossos artistas. Em janeiro de 2010, vamos concretizar a vinda da Escola de Música Villa-Lobos e também já estamos fechando um edital em parceria com o Governo Federal – disse Guaral, anunciando boas novas para a Cultura de Cabo Frio

O secretário Gustavo Beranger exaltou a importância do Charitas para a história de Cabo Frio:
– Não existe outro prédio em Cabo Frio de maior importância. Aqui passaram gerações e gerações de cabo-frienses e este prédio já vivenciou julgamentos, apuração de eleições e tantos outros importantes acontecimentos. O Charitas é o coração de Cabo Frio e essa casa deve ser intensamente vivenciada - disse o secretário, lembrando que com a ida da Liga das Escolas de Samba para a Morada do Samba e com a junção das secretarias de Turismo e Cultura, em novo prédio, o Charitas foi totalmente liberado para a arte.

O prefeito Marquinhos Mendes destacou o trabalho que o governo municipal vem fazendo para a cultura de Cabo Frio.

– Eu devo ser o prefeito que mais investiu em cultura nos últimos dois anos. Hoje temos muito prazer em entregar este espaço. A cultura precisa ser viva. Queremos o melhor para Cabo Frio e vamos construir sempre o melhor – finalizou Marquinho, agradecendo a dedicação dos funcionários da secretaria de Turismo e Cultura na reforma do Charitas.

Ao final da fala do prefeito, a nova iluminação foi acessa e os filhos do fotógrafo Wolney, quatro estavam presentes à cerimônia, foram convidados a inaugurar oficialmente o Espaço Wolney. Emocionado, Warley de Souza disse:

– Meu coração está batendo forte, parece fora do meu peito e não sei se vai voltar. É muito emocionante ver que enfim o Poder Público oficializou a importância do meu pai para Cabo Frio.

O “novo” Charitas – A visita ao Charitas deve ser apreciada lentamente. Para começar, a casa é naturalmente bonita, no que diz respeito à arquitetura. Com a reforma, paredes, portas e janelas estão pintadas e reestruturadas. Na parte externa, de dia, é possível admirar o estilo colonial, à noite o espetáculo fica por conta da nova iluminação que destaca os pequenos detalhes.

Na parte interna, a primeira sala é a das maquetes. Ali, em miniatura, estão o próprio Charitas, a Igreja Matriz, o Largo de São Benedito e a Fonte do Itajuru, todas com o histórico dos locais. Na parede, cinco fotos panorâmicas de Cabo Frio e uma homenagem especial ao poeta Victorino Carriço, autor do hino de Cabo Frio, escrito em um grande banner. A vida do poeta está descrita no espaço.

Na sala seguinte, mais um histórico e homenagem a Jean Guilhaume. No local, seis telas do pintor francês, que viveu em Cabo Frio, estão em exposição. São quadros que retratam paisagens da cidade, como o próprio Charitas, em uma grande tela, a Igreja de São Benedito e o bairro da Passagem, entre outros.

No salão principal, a Casa de Cultura José de Dome apresenta um acervo diversificado e totalmente restaurado do pintor sergipano que expôs em todo o mundo suas telas de prédios históricos e paisagens da Cabo Frio que viveu e escolheu como cidade até a sua morte, em 1982.

No final da casa, três salas especiais fazem parte do Espaço Wolney. Na primeira sala, fotos diversas do grande fotógrafo. Destaque para a foto do próprio Wolney com a máquina que o consagrou nas mãos e para a foto dele caminhando às margens do Canal Itajuru, retratado pelo filho Warley. Nas outras salas, uma viagem ao tempo e ao estúdio de Wolney na década de 50: uma ante-sala com um sofá e os retratos feitos no estúdio do fotógrafo e a sala principal, o estúdio em si, com máquina no tripé e utensílios usados pelo fotógrafo para deixar os seus clientes ainda mais elegantes para as fotografias que entrariam para a história.

O Charitas está aberto ao público de terça-feira a domingo, das 14h às 20h. A entrada é gratuita

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